Então agora a nova "coqueluche" do governo de coligação é alterar o conceito de despedimento por justa causa. Isto, de facto, não é de agora, eu é que nunca pensei que os senhores fossem avançar com isso justamente agora. Isto é, se tudo correr bem e como eles querem, os patrões vão poder mandar o "zé povinho" embora caso os objetivos e a produtividade não correspondam ao que está estipulado. Ora trocando isto tudo por miúdos que é mais fácil, ainda que se esteja aqui a falar de gente muito crescida:
Numa fábrica de conservas o patrão diz à senhora da máquina de embalar, que a partir de hoje passa a tratar da contabilidade. "Mas eu não sou contabilista, não percebo de números." "Ai é, não cumpres o objetivo? Então estás despedida por justa causa!".
No gabinete de arquitetura, o patrão manda o responsável do departamente financeiro ir desenhar uma moradia unifamiliar de três pisos, com muita atenção à legislação por causa das acessibilidades. "Desenhar uma moradia, mas eu sou economista!" "Ai não desenhas a moradia, não fazes o que te mando. Isso quer dizer que não cumpres o objetivo! Estás despedido por justa causa!".
No stand de automóveis, o responsável de vendas não atingiu os objetivos do mês, a produtividade e o volume de negócios baixou 30%, e se calhar até foi porque realmente as pessoas precisam de comer ao invés de comprar carros! Despedido por justa causa!
Numa grande superficie, a chefe responsável pela livraria foi colocada no talho, porque alguém se lembrou! Pois claro que são secções que têm tanta coisa em comum que a chefe não cumpriu os objetivos propostos! Despedida por justa causa!
E podia continuar que nunca mais acabava. O que não falta pelo país são patrões sedentos, injustos, mal intencionados e desumanos, que na primeira oportunidade não hesitam em atirar os trabalhadores borda fora. Esta é só mais uma oportunidade para lhes facilitar a vida, e das boas.
Bjs, mãe
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