...em que nos sentimos a sufocar porque a angústia não passa, porque o coração cabe numa ervilha e porque a incerteza das coisas não tem remédio. É quase impossível encontrar alguém que ainda não tenha sentido esta coisa, este martírio, esta parvoíce que nos assombra por motivos variados e diversos. Quando somos mães então nem vale a pena dizer nada, que passamos a vida nisto. Ou melhor, a vida é que passa o tempo a testar a nossa sobrevivência, a pregar-nos sustos e atirar-nos pedras.
Depois existem os outros dias em que tudo corre bem, em que o esperado acontece, em que o pacote daquilo que era previsto não trás surpresas desagradáveis, em que a vida flui porque sim, mesmo que o dia seja nublado e chuvoso, em que não existe asfixia e respiramos sem dar por isso. Estes dias são, graças a não sei quem, a maioria. E depois a angústia desvanece-se, o coração deixa de ser uma ervilha e volta a certeza de que tudo vai correr bem. Os sustos acalmam e as pedras guardam-se. E passa tudo a fazer mais sentido. E passa tudo a valer a pena.
Como escrevi há alguns dias atrás: "Ninguém haverá de permitir que corra mal." E não permitiu:))
Bjs, mãe
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