Na prática clínica habituamo-nos a dizer que cada caso é um caso, cada criança é uma criança, cada mãe é uma mãe. Na realidade do dia a dia, à medida que eles crescem e surgem novas etapas e novos desafios, a coisa funciona exatamente da mesma forma. Assim sendo, e tendo em conta que tudo se desenvolve dentro dos padrões ditos normais no que respeita à relação mãe-filho, não deve haver ninguém que interprete melhor os sinais, que antecipe melhor as reações e que prepare melhor as mudanças, do que a MÃE.
Ora, conhecendo eu o meu rebento, a tarefa dos últimos meses tem sido a preparação para o primeiro dia de escola, o primeiro de todos e para todos. E funciona. A loura de olhos azuis tem três anos e meio mas gosta destas coisas, de conversar sobre os assuntos, de ouvir da mãe e não só, as coisas boas que as mudanças lhe vão trazer. Aconteceu assim com as fraldas aos dois anos e pouco, com a chucha há cerca de quatro meses e agora com a escola. A tarefa não tem sido árdua, a miúda, apesar de talhada para inventar disparates atrás de disparates, é inteligente e esperta que nem vos conto, compreende extraordinariamente bem as coisas, dá opiniões, pergunta e até tem algumas teorias!
Tem sido, portanto, uma "terapia" para as duas e, no caso da mais pequena, as evoluções são óbvias, pelo menos no que toca ao "discurso"! Temos superado etapas e agora estamos na fase boa da curiosidade. O melhor mesmo é deixar-vos a dita evolução positiva, expressa tal e qual, sem tirar nem por:
1ª ETAPA: " Mamã, eu não quero ir para o Algarve. Depois já sei que tenho que ir para a escola!"
2ª ETAPA: "Mamã, não quero ir para a escola."
3ª ETAPA: "Tá bem, eu vou para a escola, mas só se não tiver professora!"
4ª ETAPA: "Mamã, a educadora pode ensinar-me mas faço tudo sozinha, tá bem?"
5ª ETAPA: "Mamã, será que vai ter muuuuiiiiitas tintas, e bonecas pequenas e grandes, será?"
Ser mãe não se explica. Eu vou gerindo a ansiedade e a angústia, vou desapertando o nó no peito, até dia 14, que é o dia. E neste dia, espero e desejo, que não me custe a respirar.
Bjs, mãe
1 comentário:
Regra geral, acredito que será sempre infinitamente mais dificil para os pais do que para os miúdos. Eventualmente o choro passa, a distração chega, e não se pensa que está longe da mãe, do pai.. até eles chegarem novamente! Já para os graúdos, fica dificil ter que deixar os pequenos onde, (aparentemente) contra a vontade, têm que ficar.
Vai ser giro: vê-la crescer (ainda) mais.
Bjs*
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