A vida é realmente uma bela dádiva, devemos ser felizes com pouca coisa, valorizar o bem que temos, a saúde que nos assiste, a familia que vamos conseguindo conservar.
É tudo verdade, verdadinha. Pena é que nem sempre temos capacidade para pensar nestas coisas boas, principalmente quando semanalmente nos brindam com contas para liquidar: é a água que no último semestre aumentou em média quinze euros por mês, é a eletricidade que passei a pagar como se vivesse numa mansão tipo árvore de natal, juro que os meus hábitos e rotinas são os mesmos, é a merda do gás natural que só gasto em banhos e mesmo assim pago como se tivesse uma família de cinquenta e sete pessoas, são as finanças que este ano se lembraram que afinal tenho que fazer outra vez os cabrões dos pagamentos por conta, ainda tiveram a brilhante ideia de me notificar para fiscalizar o irs porque acham que declarei muitas despesas de saúde (claro que vão bater com os cornos na parede porque aquilo não falham muitos euros), é a segurança social que me leva uns belos cinquenta e tal contos (agora arrepia-me menos dizer assim!!) todos os meses e dantes só me levava trinta e poucos... E depois, quando perdemos tempo a analisar as faturas, percebemos que pagamos mais por coisas que não sabemos o que é, do que propriamente pelo consumo que fazemos. E depois só me apetece insultar, dizer asneiradas e matar alguém.
E podia continuar que ainda tinha muitas contas para fazer. No final, é dificil olharmos todos os dias a vida com despreocupação, leveza, simplicidade e otimismo, é complicado pensar só no que é bom porque temos tanta coisa má, inútil e de compreensão abstrata. Porque quando fazemos contas às despesas que temos e ao dinheiro que ganhamos, só conseguimos pensar que isto não vai acabar bem, não poderá acabar bem. E depois se ainda temos o azar de ver, ler e ouvir as noticias, a coisa ainda se complica mais...
Bjs, mãe
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