sábado, 8 de setembro de 2012

E já vimos

Que afinal a austeridade ainda pode ir um bocadinho mais longe, apesar do sufoco em que a maioria dos portugueses estão mergulhados! Ontem, ouvi com muita atenção o discurso do Primeiro Ministro em direto e só tenho pena que ele tenha demorado tanto tempo com conversas da treta para depois anunciar mais do mesmo. Ora, traduzido para bom português, aquilo que o senhor disse foi mais ou menos isto:


"Caros portugueses e portuguesas, o nosso grande objetivo é diminuir a taxa de desemprego em Portugal, por isso, a alternativa é continuar a roubar o quanto podemos, principalmente aos desgraçados do costume. Como já fisgámos os funcionários públicos, agora temos que nos virar para o setor privado. Assim sendo, decidimos devolver a partir de 2013, um dos subsidios faseado em 12 prestações, mas em contrapartida, "para compensar", os trabalhadores passam a descontar mais 7% para a segurança social. Os pensionistas que andaram décadas a "oferecer" dinheiro ao Estado, não se podem ficar a rir, nem pensem! Esses continuam sem os dois subsídios que é por causa das tosses. Mas podem ficar descansados que isto não é tudo mau. As empresas passam agora a pagar menos cerca de 5,75% à dita Segurança Social que bem precisam coitadas, principalmente as grandes, que aproveitam para arrecadar milhões e milhões com os quais depois poderão fazer o que bem entenderem. Esperemos nós que seja para investir na contratação de novos postos de trabalho!! Boa noite."
 
 
 
Posto isto, nada como respirar fundo e continuar a sobreviver. Pelo meio, podemos sempre insistir e perguntar algumas coisas na esperança de que alguém oiça, ou responda:
 
- Qual é, na realidade, a relação que estas medidas têm com a diminuição da taxa de desemprego?
- Porque é que será que insistem em tirar dinheiro às pessoas?
- Porque raio é tão complicado perceber que se as pessoas não tiverem dinheiro não compram, por isso não se vende, por isso o estado não arrecada impostos, por isso a economia não avança? Mas porquê?
- Onde é que ficou a tal intenção do imposto sobre a riqueza?
- Porque é que não se atiram aos BANCOS?
- Afinal que raio de decisão tomou o Tribunal Constitucional? Os subsídios não eram para devolver, todos, a partir de 2013?
 
E muitas outras poderiam ser feitas.
 
Mas aquilo que ainda me anima nesta altura é ver o fosso que se avoluma entre a coligação. Não posso com o Paulo Portas nem pintado de ouro, mas ficaria mais atenta às suas intenções se ele tivesse a coragem de levar o seu partido a declinar este orçamento de estado, se ele tivesse a ousadia de tombar este Governo de ladrões. E aí sim, esta merda levava uma volta e os portugueses respirariam de alívio. Aí sim.
 
Enquanto não se pagar imposto ainda se pode esperar, ainda se pode sonhar!
 
Bjs, mãe
 


Sem comentários: