já não há putas como antigamente

desde o primeiro episódio que decidi acompanhar a nossa [a cantar, todos:] Garbrieeeeelaaaaa! Coisas de estar em casa. Eu que não tinha vida para seguir fosse o que fosse na televisão, hoje consigo uma rotina diária de 3 novelas e um episódio de Masterchef. Inédito. Mais uma maravilha da maternidade, diria eu. Serve isto como explicação ou nota introdutória ao meu serão de domingo. Ora, como é de conhecimento geral, por algum motivo que assola a cabeça de quem gere os conteúdos nos canais abertos [não públicos], a programação ao fim de semana é [perdoem-me o francês] uma valente merda! Ora domingo foi então dia de "se não os podes vencer, junta-te a eles" e vai de parar na TVI [coisa rara, já que me dá urticária] e ver os melros que, à terceira, se enfiam deliberadamente numa espécie de [muito reles] Bataclan dos tempos modernos. Ora, nada como escolhê-los todos a dedo, pegam-se em meia dúzia de raparigas da geração morangada e mais meia dúzia de parolas, adiciona-se um dúzia de azeitolas e bimbos à descriçao e temos o pandãn montado. A tenda já lá estava, que comece o circo. Vantagem disto? Dá para rir da desgraça alheia. Coisa feia, mas muito tradicional portuguesa! E nisto ponho-me a pensar: agora de segunda a sexta, temos Gabriela num lado, e Casa dos Segredos no outro. E posto isto, entre uma e outro não consigo perceber onde haverá mais putedo em horário nobre... Estamos entregues aos bichos. Mas no caso da produção da Globo ainda há o seu Q de interesse, é que aqui assistimos ao que se pode chamar de putaria de época, é uma coisa refinada, chique. Afinal assistimos aos primórdios das quengas e ao emancipar das putas. Tem valor histórico! Haverá algo com mais classe do que uma Greve de Putas?! É lindo. É uma reivindicação memorável, só pela definição. Eu nunca tinha assistido à tão falada novela, mas para mim o sucesso de todos os tempos está mais que justificado. Já um canal a cima, a história é outra. E até a História [cor de rosa] por eles não reza muito mais que 2 ou 3 meses. Mas como já se sabe, à primeira todos caem, a segunda cai quem quer e à terceira só mesmo para gente da casta que podemos assistir [voz off] todos os dias, em directo, da casa mais vigiada do país. Eu, quando por lá passei, vi uma meia dúzia deles a entrar. E a começar pelos nomes dos bichos e a auto-descrição com que fazem a candidatura, diria que estão todos mais que apresentados. Tem graça? Então não tem. Aquilo é de tal maneira triste que só pode dar para rir. E a malta gosta. Como dizia a minha amiga D. "Ai mas é tão bom ver aquela gentalha que não diz uma frase com sujeito e predicado quanto mais com complemento directo!" Tem razão. Desconfio até que entre a Casa dos Segredos e a Crise, protagonizada por Passos Coelho e amigos, temos uma notoriedade renhida... São meninos para disputar a cabeça de lista da popularidade nos media. E não fosse o share a confirmar, ainda me chamavam de doida, e o típo "ah e tal não gostam mas vêem todos!" Mas convenha-mos, será preciso? Eu nunca segui nenhum à risca, primeiro porque não tenho vida e segundo porque não tenho paciência para isso. Mas seguindo a Pipoca Mais Doce e lendo o Correio da Manhã ou a TV7 Dias, precisamos de perder tempo em horário nobre no sofá? Não! Esse tempo dedicamos à Gabriela, que putas por putas estas são muito fancy e o Bataclan delas é mais sóbrio. E até aqui, para nome de quenga, Zarolha soa melhor do que o de Tânia Márise [pronunciado vezes, e sem conta, com o merecido ênfase no Ae na acentuação imaginária]!

Ju*