Agora passou para o domingo e é, provavelmente, um dos melhores programas a passar na televisão portuguesa em canal aberto. Não morro de amores pela Fátima Campos Ferreira, principalmente quando ela insiste em trocar o /v/ pelo /b/. Ontem não foi dos piores dias ,mas também só vi um bocadinho! Ainda assim, gosto muito do formato e os temas em debate têm sempre a preocupação de ir ao encontro das pessoas, das suas dúvidas e inquietações e têm, frequentemente, convidados de excelência. Ontem falava-se de demografia, do fenómeno da migração e, consequentemente, da maldita crise. Conversaram via skype e em direto, com alguns portugueses de sucesso pelo mundo. Um deles era um conceituado matemático, professor num estado norte americano que agora não me recordo, isto porque ele disse uma coisa que, confesso, me ficou de tal maneira na memória que quase não consegui absorver mais nada daquilo que ele foi transmitindo, e acredito que tenha sido p'ra lá de interessante e verdadeiro. Chama-se Rui Loja, é um verdadeiro génio e definiu Portugal mais ou menos assim:
"O país é um barco à deriva, onde a única preocupação é poupar combustível!"
Olhem que até agora não consigo deixar de pensar na imensa verdade destas palavras, da crueldade e frieza que isto transmite, daquilo que é, de facto, a nossa realidade de todos os dias, daquilo que, sem dó nem piedade, estão a fazer connosco. Tenho um orgulho imenso em pertencer a esta nação, sou portuguesa e gosto, acredito que temos potencial para muito mais, tenho a certeza que somos bons, muito bons, em quase tudo o que fazemos, trabalho todos os dias e dou o meu melhor porque amanhã não sei como será, pago os meus impostos até ao último tostão, não faço caridade mas contribuo para muitas causas, voto em branco porque não acredito em teorias e conversas de campanha de nenhum partido político, rigorosamente nenhum, não sou católica praticante mas tenho a minha fé, tenho as minhas convicções e tenho sempre esperança que amanhã será melhor, cumpro os meus deveres e obrigações de cidadã todos os dias, fico com o peito apertado quando me lembro que existem pessoas a passar forme, apetece-me chorar quando penso que muitas crianças não têm cuidados primários de saúde. Mas depois eu pergunto, o que poderei eu fazer mais para além daquilo que já faço? E rapidamente chego à triste e inevitável conclusão do costume: pena é que tão poucos pensem e façam como eu!
Bjs, mãe
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