segunda-feira, 19 de setembro de 2011

CR7

Este país pequenito aqui plantado à beira Atlântico, tem tanto de bom como de péssimo. Eu, que até sou patriota acima da média, consigo ver tanta trafulhice por aqui mas tenho ainda mais capacidade de observar o que significa ser português, aquilo que de excelência se faz por cá, ou aquilo que de excelência, alguém de cá faz noutro sítio qualquer.


Se não tivesse a certeza que a maioria das pessoas não dá a mínima importância a isso, até me dava ao trabalho de citar exemplos das mais diversas áreas, das artes à engenharia passando pela ciência, tecnologia ou literatura. Mas não, vou falar apenas de um caso, que por acaso também toda a gente fala, ainda que não diga nada de jeito nem aquilo que verdadeiramente interessa.


Começo por perguntar se alguém viu, ontem, o "documentário" feito com o Cristiano Ronaldo que passou na sic, em horário nobre? Não gosto de falar por ninguém, mas aposto que foi um dos programas com menos audiência. Já eu, que vi com muita atenção, fiquei fascinada com aquilo que por lá se fez. Isto é engraçado, porque vem a propósito daquelas declarações que ele fez e, posteriormente, dos comentários (em blogs e outros sitios mais) de uma fatia consideravel de gente parvinha que aproveitou a deixa para dizer mais um bocadinho de mal do rapaz: "é convencido, não é humilde, tem que se ver ao espelho" e outras babuseiras assim do género.


O homem foi escolhido para um estudo interessante, não porque é famoso à escala planetária nem porque aparece em tudo o que é notícia, mas porque é para lá de muito bom naquilo que faz, porque é um dos melhores atletas do mundo a todos os níveis (como, aliás, ficou provado ontem), porque é completo, tem uma performance quase perfeita, é rápido, eficaz, inteligente, é dos jogadores que mais golos marca, não sendo ponta de lança. Posto isto, não percebo porque é que as pessoas insistem em desdenhar do que é bom, em dizer mal de quem faz quase tudo bem na profissão que exerce. Sim, porque aqui é que está o cerne da questão, é que quando se fala de Cristiano Ronaldo, a tal fatia de povo mesquinho e retrógrado só se preocupa com o dinheiro que ele gasta (mesmo sendo dele!), com quem ele anda, com o que é que ele diz, quem é que ele "sustenta" (pois se não ajudar a família, haveria de ajudar quem?) e tantas outras coisas mais. Não deveria antes preocupar-se em ver com olhos de gente um jogo do Real Madrid, ao invés de ir comprar a "Nova Gente", a "Caras" ou a "Lux"? Mas o que é que interessa o que é que ele faz nos tempos livres, se dentro das quatro linhas é o melhor dos melhores e é português?


Graças a Deus e a todos os santinhos, que as mentes brilhantes que fabricámos neste cantinho europeu (por enquanto!) só têm mesmo em comum connosco a língua de Camões, porque em tudo o resto degeneraram e ainda bem, sobretudo na inteligência e mentalidade. Por cá, a tal fatia vai-se dedicando a alimentar o discurso patético e a estar atenta às coisas mais insignificantes da vida. Eu, como não me integro nessa franja, admiro e orgulho-me do Cristiano Ronaldo e de todos os outros portugueses que elevaram, e elevam, a nossa pátria além fronteiras, que representam o país onde nasceram, mesmo que o país se esteja a borrifar p'ra eles. A quem não concordar comigo, só posso mesmo concordar com ele: "São invejosos. É a única explicação."



Bjs, mãe

1 comentário:

Ju disse...

Eu acredito que sim! Até porque essa coisa da "inveja" move muita [até boa] gente.. Eu cá desconfio que até aprecio muito o supra mencionado: de duas ou tres entrevistas que vi sobre ele, gostei até muito de o ouvir falar.. Acho-o muito terra-a-terra. O que faz mal à cabeça das pessoas é ver dinheiro, muito dinheiro, e viver de acordo com os milhões... Quem pode, pode. E então, quem não pode, recusava?!